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sábado, 27 de março de 2021

Dia Mundial do Teatro - 27 de março

Comemoramos o Dia Mundial do Teatro com excertos de uma peça de Gil Vicente, considerado o fundador do teatro português.

Gil Vicente criou a Farsa de Inês Pereira a partir de um provérbio. A peça foi escrita em 1523, quando Portugal vivia a grande época dos Descobrimentos, embora a mentalidade dominante da sociedade ainda fosse medieval e não Moderna. Gil Vicente, com muita ironia e trocadilhos, conta a história de uma jovem que quer casar, ao mesmo tempo que faz uma crítica social.



Inês quer fazer um casamento que a salve de "ficar encerrada em casa, como panela sem asa". Desobedece à mãe e renega o papel de "fada do lar", querendo ser ela a escolher um marido culto e educado, a saber "tanger viola" (tocar viola) para ter uma vida feliz e "folgada".

Entra em cena a alcoviteira (casamenteira) Lianor Vaz, figura típica da época, com um possível noivo, Pêro Marques, um camponês sem elegância nem cultura. Apesar de honesto e abastado para poder sustentar a mulher, é recusado por não preencher as fantasias de Inês.

O próximo pretendente é Brás da Mata, um elegante escudeiro, um nobre, mas falido, que finge ser quem não é para caçar o dote da burguesa. Esta, conquistada pelas aparências, aceita o fanfarrão.

Tarde demais, Inês descobre que, afinal, o marido é um impostor, que a tem em "casa tão fechada como freira d'Odivelas". Inês fica três meses presa até o cobarde ser morto ao fugir de uma batalha em África. Liberta do pesadelo, a viúva casa com Pêro Marques, pois prefere alguém que ela possa dominar, em vez de ser dominada.

No último ato, a heroína aparece às cavalitas do tosco marido que, sem suspeitar de nada, a leva ao encontro do novo amante, um velho ermitão. "Pois assi se fazem as cousas", canta ele alegre o último refrão da história de Inês Pereira, inspirada no provérbio "mais quero asno que me carregue, que cavalo que me derrube".

Apresentamos excertos de uma versão encenada por Sílvia Brito, da Companhia de Teatro Escola da Noite, em 1994. A cenografia é de João Mendes Ribeiro e as interpretações de Alexandra Rosa, António Jorge, Carlos Sousa, José Vaz Simão, Miguel Amado, Miguel Santos Rosário Romão e Sofia Lobo.


Fonte: ensina.rtp.pt/artigo/farsa-de-ines-pereira/ utm_term=No+Ensina%3A+A+Farsa+de+Ines+Pereira+para+evocar+o+Dia+Mundial+do+Teatro%3B+o+desastre+da+ponte+das+barcas+na+segunda+Invasao+Francesa%3B+memorias+da+clandestinidade+e+eutanasia%2C+o+direito+a+boa+morte.%3B&utm_campaign=RTP+Newsletters&utm_source=e-goi&utm_medium=email

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