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Artigos de Opinião

Celeste dos Cravos

Era uma vez uma mulher que trabalhava num restaurante. Um dia, ia ela começar mais um dia de trabalho, quando o patrão anunciou:
- Hoje, o restaurante está fechado e não sei quando vai abrir. Há um golpe de estado. Vai para casa e leva as flores para não se estragarem.
As flores eram cravos que tinham sido comprados para comemorar um ano de existência do restaurante. Lá seguiu a mulher com uma braçada de cravos pelas ruas de Lisboa até que encontrou um soldado. Meteram conversa: ela queria saber o que os soldados estavam ali a fazer e ele queria um cigarrinho.
- Não tenho cigarros, mas posso dar-lhe um cravo.
O soldado aceitou a oferta e pôs o cravo no cano da sua arma. Por sua vez, a mulher foi oferecendo cravos aos soldados e as armas foram sendo enfeitadas com cravos.
Assim nasceu a designação de “Revolução dos cravos”, com um simples e generoso gesto esta mulher, simples e generosa, entrou para a história do “25 de Abril” como Celeste Caeiro, a senhora dos cravos.
Ao longo dos anos, sempre que contava este episódio nos jornais, nas revistas e nas televisões, Celeste Caeiro fazia-o com muita emoção. Nas comemorações dos 50 anos do “25 de Abril”, esteve presente, quando a Câmara Municipal de Lisboa decidiu recriar o momento da distribuição dos cravos. Também foi informada que seria homenageada com o grau de oficial da Ordem da Liberdade.
“Eu estive com ela, depois combinámos uma ida a Belém para a condecoração, ela não pôde, uma ou duas vezes, caiu doente. E será certamente condecorada a título póstumo. Mas ela soube disso, ficou muito feliz com a notícia, infelizmente não pôde receber as insígnias em vida” – disse Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República.
Foto do Centro de Documentação da Universidade de Coimbra – Soldados portugueses no “25 de Abril”
Celeste Caeiro morreu aos 91 anos, em novembro de 2024

Foi Carolina Caeiro Fontela, neta de Celeste Caeiro, quem recebeu o Grande-Colar das mãos de Marcelo Rebelo de Sousa, no passado dia 8 de março.
Isilda Monteiro (Professora)
(Publicado a 5 de junho de 2025)

A Verdadeira Amizade

Partindo da premissa que a sociedade atual vende e cria ideias de felicidade, podemos perceber o que se passa nesta imagem que “vende” a “amizade” num frasco como se fosse um medicamento. 

Na realidade tenta transmitir a ideia de que cada ingrediente (afeto, amor e camaradagem) podem ser adquiridos como se fossem bens materiais. Do meu ponto de vista, a amizade não se compra, não se empresta, nem se dá. A amizade conquista-se com ações, gestos, respeito, sinceridade e acima de tudo parceria. Por um lado, o consumismo desencadeia uma sensação de bem-estar, mas ele, por si só, não faz ninguém feliz. Por outro lado, o sentido da vida para muitas pessoas está relacionado com a forma como são reconhecidos pelo que exteriorizam para o mundo, numa permanente busca de aceitação e consequentemente de felicidade. Além disso, o dinheiro pode-nos proporcionar uma série de momentos agradáveis e divertidos, mas nunca conseguirá “comprar" a verdadeira felicidade de alguém. 

Além do mais a sociedade só pode ser sustentável se a amizade entre as pessoas for alimentada por sentimentos como o amor, o afeto, o carinho, a alegria, a compaixão… Estes são prazeres da vida que, quanto mais consumimos, mais se multiplicam. Temos de dedicar mais o nosso tempo e atenção a preservar as relações interpessoais, uma vez que a felicidade pode ser encontrada em pequenas coisas que não estão à venda. 

Resumindo e concluindo, amigo é aquele que não vê o que nós temos, mas sim o que nós somos.

Martim Pereira, 7.ºC

(Publicado a 14 de fevereiro de 2025)

 Semana dos Computadores

O meu nome é Nádia Pinto e sou da Escola EB 2,3 Dr. José Domingues dos Santos. Neste artigo vou dar a minha opinião sobre a semana dos computadores, evento que se realizou três vezes na minha escola.

Desde sempre achei que o peso que levamos nas mochilas é exagerado e já li bastantes estudos sobre como este peso que carregamos diariamente pode causar danos irreversíveis nas nossas costas. Por essa razão, quando me informaram do acontecimento, tinha grandes expectativas para este, expectativas estas que foram maioritariamente atingidas. 

A ideia geral de substituir os manuais físicos é muito inovadora e aprazível, visto que nos liberta do peso destes e nos ensina a utilizar programas bastante úteis e que iremos precisar no futuro, como o Excel e o GeoGebra. Estas semanas correram como esperado, com um grande nível de apreciação, tanto pela parte dos alunos como dos professores. 

No entanto, existiram alguns pormenores que impediram que a experiência corresse perfeitamente. Por exemplo, os alunos não têm acesso aos manuais digitais a menos que tenham os programas pagos, como a Escola Virtual e a Aula Digital, as salas de aula não têm tomadas suficientes para carregar mais do que um ou dois computadores, o que é muito incómodo para os alunos que têm aulas de tarde. 

Concluindo, a semana sem manuais é uma experiência muito empreendedora e inovadora, e espero que se possa repetir mais vezes ao longo dos anos. Não tendo as pequenas falhas em consideração, este projeto traz bastantes benefícios à comunidade escolar e facilita o ensino, do mesmo modo que nos prepara para a um futuro mais tecnológico e nos ensina a usar programas que serão cada vez mais vitais à medida que o mundo evolui. 



Nádia Pinto, 8.º D

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